Gilson Machado buscou alternativas para fuga de Mauro Cid, aponta PGR
PGR disse ao STF que há indícios de favorecimento pessoal e obstrução de investigação envolvendo organização criminosa
Brasília|Do R7, com Estadão Conteúdo

Ao pedir a prisão preventiva do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, a PGR (Procuradoria-Geral da República) afirmou que há “forte possibilidade” de que ele tenha tentado ajudar o tenente-coronel Mauro Cid a planejar uma fuga do Brasil. O ex-ministro nega qualquer ação em favor de Cid e diz que só tentou renovar o aporte do pai (leia mais abaixo).
No dia 12 de maio, Gilson Machado procurou o Consulado de Portugal no Recife. Segundo a Procuradoria-Geral da República, o objetivo era obter um aporte português para Mauro Cid e, com isso, “viabilizar sua saída do território nacional”. O documento não foi emitido.
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Em manifestação ao ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, defendeu que há indícios dos crimes de favorecimento pessoal e obstrução de investigação envolvendo organização criminosa.
Segundo o procurador-geral, a fuga teria sido articulada “tendo em vista a proximidade do encerramento da instrução processual” da ação penal da tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, em que Mauro Cid é um dos réus. O tenente-coronel fechou delação premiada no processo.
“A informação reforça a hipótese criminal já delineada pela Procuradoria-Geral da República e evidencia a forte possibilidade de que Gilson Machado Guimarães Neto e Mauro César Barbosa Cid estejam buscando alternativas para viabilizar a saída de Mauro Cid do país, furtando-se à aplicação da lei penal”, escreveu o procurador-geral.
Quando a investigação foi aberta, na última quarta-feira (11), o ex-ministro negou as acusações e alegou que só entrou em contato com o consulado português para ajudar o pai, Carlos Eduardo Machado Guimarães, a renovar o aporte.
A defesa de Mauro Cid também nega qualquer plano de fuga. Os advogados Cezar Bitencourt, Vania Adorno Bitencourt e Jair Alves Pereira, que representam o tenente-coronel, comunicaram em fevereiro ao STF que ele tem carteira de identidade portuguesa e se ofereceram para entregar o documento se Moraes considerasse necessário.
Vaquinha para Bolsonaro
A Polícia Federal está atenta às movimentações do ex-ministro do Turismo desde que ele criou, por meio de seu perfil no Instagram, uma “vaquinha” para Bolsonaro, em maio.
Gilson Machado afirmou nas redes sociais que o ex-presidente precisa de ajuda para pagar médicos, advogados e enviar dinheiro para o filho, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que se mudou para os Estados Unidos. A campanha arrecadou mais de R$ 1 milhão.
Quando prestou depoimento à Polícia Federal na semana ada, sobre a atuação de Eduardo nos Estados Unidos, o ex-presidente foi questionado sobre a iniciativa e negou envolvimento na campanha.
Gilson Machado se defende
Diante da decretação da minha prisão preventiva, venho a público reafirmar minha total inocência. Não cometi crime algum. Não matei, não roubei, não trafiquei drogas. O que fiz foi apenas pedir informações sobre a renovação do aporte do meu pai, um senhor de 85 anos.
É só verificarem as ligações que fiz para o consulado e os áudios que enviei aos funcionários. Eu nunca estive presente em nenhum consulado ou embaixada — nem de Portugal, nem de qualquer outro país — seja no Brasil ou no exterior. Tudo o que fiz foi um gesto de cuidado com meu pai, nada além disso. A justiça divina tarda, mas não falha.
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