Com 80.333 desaparecidos em 2024, Brasil atinge maior número da série histórica
Taxa nacional de desaparecimentos em 2024 foi de 37,79 por 100 mil habitantes
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília

O Brasil registrou 80.333 desaparecimentos em 2024, o maior número da série histórica desde 2020. Os dados, divulgados pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública nesta quarta-feira (11), indicam um aumento de 3,01% em relação ao ano anterior, quando houve 77.986 notificações. Em média, 219 pessoas desapareceram por dia no país no último ano.
A taxa nacional de desaparecimentos em 2024 foi de 37,79 por 100 mil habitantes. Essa taxa tem crescido gradualmente nos últimos cinco anos. Em 2020, foram 63.072 desaparecimentos; em 2021, 67.190; em 2022, 76.595; e em 2023, 77.986.
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A Região Sudeste concentrou 44,11% de todos os desaparecimentos do país, com 35.436 casos. O estado de São Paulo lidera com folga, somando 19.966 registros. Em seguida, a Região Sul aparece com 17.695 desaparecimentos. A Região Norte foi a que teve o menor número absoluto, com 4.868 casos em 2024.
Quando se analisa a taxa de desaparecimentos por 100 mil habitantes, os destaques são o Distrito Federal (75,36), Roraima (73,66) e Rio Grande do Sul (71,92). Já as menores taxas foram observadas no Pará (12,33), Maranhão (12,98) e Mato Grosso do Sul (13,47).
Perfil das vítimas
A maioria das pessoas desaparecidas no Brasil em 2024 era do sexo masculino, que representou 63,80% dos registros. As mulheres foram 35,31% dos casos, enquanto em 0,89% das ocorrências não houve informação sobre o sexo da vítima. Roraima é uma exceção: lá, os desaparecimentos de mulheres (251) quase igualaram aos de homens (270).
Entre as faixas etárias, 70,06% dos desaparecidos eram adultos, enquanto 27,21% tinham entre 0 e 17 anos. Os estados com o maior número absoluto de adultos desaparecidos foram São Paulo (14.823), Minas Gerais (5.011) e Rio de Janeiro (4.476). Entre crianças e adolescentes, lideraram São Paulo (4.807), Rio Grande do Sul (2.955) e Paraná (2.037).
O crescimento proporcional dos desaparecimentos foi maior entre as mulheres, com alta de 5,74%, enquanto os registros masculinos subiram 1,67%. Entre crianças e adolescentes, houve um aumento de 7,33% em comparação a 2023.
Pessoas localizadas
Em 2024, o Brasil registrou 54.665 casos de pessoas localizadas após terem sido dadas como desaparecidas — um crescimento de 6,42% em relação aos 51.368 casos de 2023. Isso representa uma média de cerca de 149 localizações por dia.
As regiões Sudeste e Sul lideraram em números absolutos, com 24.298 e 15.889 localizações, respectivamente. Apesar disso, a Região Norte foi a que apresentou o maior crescimento percentual (37,18%), seguida pelo Nordeste (17,57%).
Entre os estados com maiores altas, destacam-se o Acre (+290,24%), o Pará (+93,91%), a Paraíba (+65,24%) e o Amapá (+62,04%). Em contrapartida, seis estados apresentaram queda, com destaque negativo para o Tocantins (-22,62%).
O perfil das pessoas localizadas mostra predominância de homens (32.252 ou 59% do total). As mulheres representaram 36,96% (19.659 registros), e em 5% dos casos (2.754), o sexo não foi informado. Roraima foi o único estado com mais mulheres localizadas do que homens. Já o Rio de Janeiro registrou o maior número de localizações sem identificação de sexo: 2.543, o que corresponde a 92% de todos os casos com essa lacuna no país.
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