Bolsonaro diz que golpe ‘seria fácil de começar’, mas nunca foi cogitado: ‘Abominável’
Ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou também que nunca foi ameaçado de prisão por comandantes das Forças Armadas
Brasília|Gabriela Coelho e Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
Em interrogatório no STF (Supremo Tribunal Federal), o ex-presidente Jair Bolsonaro disse, nesta terça-feira (10), que nunca falou na possibilidade de golpe e que possibilidade "é abominável”, além disso, que o país não poderia ar por essa situação.
“Só tenho uma coisa a afirmar a Vossa Excelência. Da minha parte, ou da parte dos comandantes militares, nunca se falou em golpe. Golpe é uma coisa abominável. O golpe até seria fácil de começar, o after day [dia seguinte] é que seria imprevisível e danoso para todo mundo. O Brasil não poderia ar por uma experiência dessas”, disse.
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou também que nunca foi ameaçado de prisão por comandantes das Forças Armadas e que não houve atuação dele sobre uma ruptura institucional.
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“Nas Forças Armadas, missão legal dada é cumprida. Missão ilegal não é cumprida. Em nenhum momento alguém me ameaçou de prisão”, disse Bolsonaro.
O ex-presidente ainda itiu ter buscado alternativas constitucionais para “atingir o objetivo que não foi alcançado” quando entrou com recurso no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) contra o resultado das eleições. “Isso foi descartado já na segunda reunião”, ponderou.
Lisura das urnas
Bolsonaro também tentou justificar declarações sobre as urnas eletrônicas como parte de um histórico de críticas “dentro da legalidade” e não como um plano de ruptura institucional. Segundo ele, as dúvidas sobre as eleições não eram infundadas, mas sim alimentadas por manifestações legítimas.
“As críticas eram públicas. Mas nunca falei em fraude de forma leviana. Sempre defendi que o sistema deveria ter mais transparência.”
Moraes interrompeu os argumentos relacionados às urnas eletrônicas e “deu uma bronca” no ex-presidente, afirmando que o inquérito em curso não trata de supostas vulnerabilidades do sistema eleitoral, mas sim da tentativa de golpe de Estado após o resultado das eleições de 2022.
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